CETEC FESTIVAL 2014: estudantes criam sua teia de
memórias e histórias.
O tema "Uma Teia de
Memórias e Histórias" resume o tema central do
CETEC Festival de 2014. A ideia é incentivar os estudantes a
buscar no baú das memórias -
pessoais ou coletivas - um argumento capaz de gerar uma
apresentação teatral, com todos os recursos que a atividade
teatral exige.
As apresentações serão no UCS Teatro, de
14 a 18 de julho, e as turmas trabalham no
projeto desde o início do ano.
Museus, caixas de memórias e relatos de fatos do passado
foram as primeiras referências de pesquisa, mas cada turma
seguiu um caminho próprio
para inventar a sua história. Com pesquisa, imaginação, humor e
uma pitada de irreverência, as histórias contadas pelas
turmas acabam por expressar a visão do jovem diante do mundo
em que vivem.
Diversidade de histórias
Ao
acompanhar uma manhã de ensaios na Escola,
já se pode antecipar o que irá acontecer no
UCS Teatro no mês de julho. Abaixo, segue uma pequena
amostra das histórias que os alunos estão montando.
A partir de uma pesquisa sobre o Museu do Crime, a turma
Delta 2 aceitou a proposta da estudante Fernanda Sanchis, que
sugeriu uma história ouvida muitas vezes de seu pai e que faz
parte do imaginário da cidade de Porto Alegre: os crimes da Rua
do Arvoredo, uma história macabra de loucura e assassinatos,
abordada no romance "Cães da Província" do escritor gaúcho
Luiz Antonio Assis Brasil.
A turma Beta 3 contará uma história que pode se passar em
qualquer cidade brasileira e, ao contá-la, percebe-se a
preocupação do jovem com as mazelas da nossa sociedade.
O dilema de um jogador de futebol frente a uma proposta de
suborno é o mote para falar de
corrupção, interesse público e privado,
falta de ética e manipulação da mídia.
A turma Ômega 1 preparou um "Templo de Memórias" para
contar a história de um acidentado em coma que tem sua alma presa
pelas musas, a quem terá de dar explicações sobre seus atos
passados.
A Delta 3, aproveitando que este ano se comemoram
os 50 anos do golpe civil-militar, ambientou sua
história numa época em que o movimento
estudantil era reprimido pelo poder do Estado e
revisitam uma parte da história
recente do nosso país.
A Sigma 1 conta o "Caso 667", um julgamento com um final
dramático e surpreendente. A estudante Fernanda Golin
Panizzon (14) participa da comissão de texto. "Nossa história
se passa em um Tribunal e o julgamento vai funcionar como
uma caixa de memórias do personagem central. Sua história vai
ser contada por cada um que conviveu com ele: namorada,
familiares, amigos, professores. A ação
acontece em dois planos, durante o julgamento
e na dramatização dos relatos das testemunhas".
Cada um de nós tem o seu próprio museu pessoal, sua caixa de
memórias. É ali que guardamos nossas lembranças, pedacinhos da
nossa existência, pedacinhos das histórias dos outros, saudades,
memórias vividas, memórias inventadas, que alimentam sonhos de
FUTURO. Tudo isso faz parte do patrimônio cultural, que
conecta pessoas e povos, que estabelece identidades, que nos
reveste de HUMANIDADE.
É a teia da VIDA EM MOVIMENTO.
Ensaios
A professora Liliane Maria
Viero da Costa, juntamente com a equipe de
professores com quem divide a coordenação do projeto,
acompanha o trabalho das turmas. "Agora, os ensaios de texto
já começaram para valer e é o
momento de fazer os ajustes no roteiro. Enquanto ocorrem os
ensaios, as equipes responsáveis pelos cenários, figurinos,
iluminação e sonoplastia também fazem a sua parte. Ao todo, serão cinco
noites de espetáculos, catorze peças, além do espetáculo de
abertura - comum às cinco noites - e das esquetes que serão
apresentadas nos intervalos entre as peças. Queremos
verdadeiramente
construir uma teia onde todos possam interagir e ser
capturados pelo espírito inventivo de nossos alunos".
Museus e caixas de memórias acolhem histórias que configuram a
TEIA da vida. Uma teia de infinitos fios. E, em cada encontro
desses fios, uma história deixa a sua memória, seu legado, para
os que virão logo a seguir.
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