Jardim Zoológico: um espaço que vai além da visitação.
Com 17 anos, espaço acadêmico conta
com mais de 40 espécies.
Mas além de um local de visitação, a finalidade do Zoo é fazer a
recuperação dos animais para que retornem à natureza.
Como se quisesse marcar território, o Puma desce da parte elevada
de sua jaula e passa a caminhar pelo chão. Acostumado com o movimento
de pessoas, o felino parece querer atrair a atenção dos visitantes.
E, de fato, atraí. Ele é o maior e mais forte animal do Jardim Zoológico
da UCS. Mas não é o único a cativar os olhares de quem passa pelo local.
Há no Zoo, mais de cem indivíduos de 40 espécies diferentes, duas delas
consideradas exóticas e 13 são ameaçadas de extinção.
Se o Puma atrai pelo porte, os pequenos Saguis-de-tufo-preto não passam
despercebidos. Inquietos e se movimentando de um lado para outro, eles
dão a impressão de querer se esquentar diante das temperaturas baixas
que faz no sul do Brasil. Comuns em zonas mais quentes, como no Norte
e no Nordeste, os pequenos primatas precisam de cuidados especiais: a
caixa de luz ligada dia e noite exemplifica uma necessidade pontual
dos macacos, mas também demonstra como a atenção aos bichos é levada ao detalhe.
"O nosso objetivo é fazer a recuperação dos animais que chegam a nós
pela Patrulha Ambiental. Os que ficam em exposição é porque têm algum
problema que não os permitem viver mais na natureza", explica a bióloga
Claudia Borges Machado.
Na prática, o Zoo, que foi criado em 18 de maio de 1997, funciona como
um local de recuperação de animais silvestres. Eles chegam, por meio da
Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram), que faz a apreensão ou
captura de espécies. Animais em cativeiro irregular, vítimas de agressão
ou que foram encontrados em situação de vulnerabilidade na natureza
podem ser levados ao Jardim Zoológico.
A partir de então, eles são submetidos a cuidados diários. Claudia, em
parceria com a médica veterinária, Juliana Aquino Pletsch Moreira, e
oito estagiários auxiliam os animais no processo de recuperação. Uma vez
recuperados, os animais saem do cativeiro para a natureza. Se o bicho ficou
com alguma sequela que o impossibilite a retomada da vida normal, ele é mantido no Zoo.
"Há casos em que o animal foi atingido por um tiro e perdeu uma asa, ou foi
capturado filhote ao lado da mãe morta", diz Claudia, destacando algumas
situações em que o cativeiro se torna necessário.
Nos viveiros, o pessoal do Zoológico tenta recriar o mais próximo possível
as experiências no habitat natural. Há muitos animais que apresentam hábitos
noturnos, por exemplo, e que precisam ser respeitados. De acordo com a bióloga,
toda intervenção é feita com o máximo de cuidado, além de acontecerem apenas
quando realmente necessárias.
Destinado à comunidade
A recuperação de animais silvestres é uma das atuações do
Jardim Zoológico da UCS.
Mas não para por aí. Conforme o coordenador de Extensão,
professor Marcelo Faoro de
Abreu, o Zoo é um importante espaço acadêmico, onde alunos e professores de diversos
cursos, como Medicina Veterinária e Biologia, desenvolvem atividades de formação e
observação, além de promoverem atividades extensionistas de educação ambiental.
É também um local de aprendizado para estudantes de escolas de Caxias do Sul e região
que podem visitar o local e ver de perto animais que conheceram pelos livros.
"Para a UCS, manter um Jardim Zoológico faz parte do seu papel
como instituição
comunitária, que se preocupa com a formação de seus alunos e de toda a comunidade
de uma forma completa, ou seja, com formação técnica, científica, humana e,
principalmente, formação de cidadãos que conhecem e respeitam o meio ambiente e
a natureza. A comunidade caxiense e regional tem o Zoo da UCS
como um espaço de
lazer, de aprendizado e, principalmente, de educação ambiental",
destaca o coordenador.
Fotos: Claudia Velho
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