Estudo realizado pelo IPCEM e UNACON é premiado em Congresso de Farmácia Hospitalar.
O estudo intitulado "Perfil de toxicidade renal da cisplatina em
pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço”, realizado
pela equipe de profissionais do Instituto de Pesquisas
Clínicas para Estudos Multicêntricos (IPCEM) e da Unidade de Alta
Complexidade em Oncologia (UNACON) do Hospital Geral de Caxias do Sul
obteve o segundo lugar no "Prêmio Farmacêutico em Oncologia Letícia
Boechat", durante o IV Congresso de Farmácia Hospitalar em Oncologia
do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O evento foi realizado
no final de outubro, no Rio de Janeiro.
O trabalho premiado – que tem como autores as médicas Janaína
Broillo, Alessandra Godoy, Sargeele da Silva; os
enfermeiros Christiane Daitz e Edimar Daros, a farmacêutica Sara
Cardoso Boscato e a acadêmica do curso de Farmácia Bruna Nadin –
foi apresentado pela farmacêutica do IPCEM, Sara Cardoso Boscato (na foto com o pôster).
Os autores irão destinar a premiação aos cuidados de
pacientes acometidos com este tipo de carcinoma. O estudo foi
selecionado entre 85 trabalhos que concorriam ao Prêmio,
concedido aos três melhores trabalhos científicos apresentados
em cada edição do Congresso.
Segundo Sara Cardoso Boscato, o Congresso reuniu profissionais da
área oncológica para encontros e debates pertinentes à
assistência farmacêutica em oncologia. A relevância epidemiológica
do câncer no Brasil e no mundo, o surgimento de novas tecnologias
para diagnóstico, tratamento e prevenção, o alto custo dos procedimentos,
e os desafios diários para gestores dos sistemas público e
privado de saúde foram debatidos no evento. Sendo assim, a
premiação do trabalho em um congresso nacional desta magnitude
demonstra a importância do conhecimento do perfil dos pacientes
com carcinoma de cabeça e pescoço atendidos na região da Serra
Gaúcha, para o desenvolvimento ou aprimoramento de protocolos e
diretrizes de tratamento especializado para este tipo de população,
além de relevar a importância do acompanhamento dos pacientes
da oncologia por uma equipe multiprofissional integrada que
atua de maneira colaborativa para o bem estar e a qualidade de
vida dos pacientes".
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Da esquerda para a direita: a presidente da Avaliação de Trabalhos Científicos,
Carla Patrícia de Morais e Coura; o presidente do Congresso Mario Jorge Sobreira; a farmacêutica do IPCEM,
Sara Cardoso Boscato e integrante da Comissão Científia, Liliane Manaças
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Resumo do trabalho
A cisplatina (DDP), droga antineoplásica citotóxica, é
amplamente utilizada no tratamento de neoplasias de cabeça e
pescoço. A nefrotoxicidade caracteriza-se pela reação adversa mais
séria e limitante do tratamento. O trabalho teve por objetivo
avaliar a nefrotoxicidade da cisplatina em pacientes com carcinoma
de cabeça e pescoço submetidos ao tratamento ambulatorial por
meio das dosagens de creatinina sérica e estimativa da taxa de
filtração glomerular pré e pós tratamento e sua relação com a
dose de DDP utilizada.
Foram identificados 24 pacientes atendidos na UNACON,
dos quais 15 satisfizeram os critérios de inclusão para o estudo.
Dados como gênero, idade, data do diagnóstico, subtipo histológico,
peso, altura, performance status, histórico de tabagismo, modalidade
de quimioterapia de indução, número de ciclos de quimioterapia,
dose de cisplatina e resultados de exames laboratoriais foram
coletados mediante o consentimento de cada paciente.
Drogas nefrotóxicas causam aproximadamente 20% dos
episódios de IRA (Insuficiência Renal Aguda). O resultado
observado neste estudo é superior aos dados da literatura, já que
demonstrou 33,33% de toxicidade renal associado à cisplatina,
provavelmente relacionado ao perfil de pacientes que são atendidos
na unidade: pacientes tabagistas, desnutridos, de baixo nível
sociocultural, que chegam ao diagnóstico com doença localmente
avançada e dificuldade de deglutir, o que impossibilitará a
adequada hidratação.
O conhecimento do perfil de toxicidade renal da cisplatina em
amostra de pacientes em tratamento ambulatorial da região
possibilita traçar diretrizes a serem empregadas
de maneira efetiva a prevenir lesões renais que podem se
tornar danos crônicos.
Fotos: Divulgação
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