Projeto Rondon: muitas aprendizagens e vivências na bagagem.
Durante 15 dias, equipe realizou
trabalho voluntário no município de Monção.
O período de férias foi de muito trabalho voluntário para os oito
acadêmicos e duas professoras da UCS que participaram da Operação
Jenipapo, do Projeto Rondon, e que retornaram a Caxias do Sul na última quarta-feira, dia 4. Durante as duas semanas em que permaneceram no município maranhense de Monção, o grupo realizou dezenas de atividades que atingiram mais duas mil pessoas.
As iniciativas focaram em ações de estímulo ao desenvolvimento da localidade. No caso da equipe da UCS, os trabalhos se detiveram sobre o eixo temático que contemplava assuntos como “Comunicação, Meio Ambiente, Trabalho, Tecnologia e Produção”. Com esses motes, diariamente, os rondonistas promoviam oficinas destinadas a diferentes públicos. As ações eram desenvolvidas em parceria com estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Um exemplo da atuação no Maranhão foi do rondonista Michel Mendes que desenvolveu atividades de capacitação em Educação Ambiental aos professores da rede municipal de Monção. Com oficinas diárias, ele buscou conscientizar sobre a necessidade de preservação da natureza e dos recursos hídricos.
“As ações desenvolvidas com a população, principalmente com os educadores e educandos do município, em meu caso, identificaram um público esperançoso e sedento de informação. Me fizeram acreditar ainda mais em minha escolha e profissão. Escolhi a profissão que é capaz de alterar a dura e triste realidade do povo monçonense: a de educador. Educar por amor deve sempre nortear as atividades”, emociona-se.
Assim como Michel, o trabalho da estudante de Enfermagem Adriane Kappes também focou em gestores municipais. A jovem, porém, atuou com profissionais da saúde e desenvolveu atividades em torno das legislações destinadas ao ambiente hospitalar. Além disso, a acadêmica auxiliou os agentes de saúde com instruções sobre as formas mais corretas de destinação de resíduos utilizados nos locais de atendimento em saúde.
"Os assuntos desenvolvidos na área ambiental com foco nos serviços de saúde e das legislações pertinentes à área eram desconhecidas pelos profissionais e os próprios gestores, sendo que os últimos já começaram a buscar mais conhecimento se matriculando em cursos na capital maranhense", contextualiza a acadêmica, comentando sobre o resultado dos primeiros estímulos no território maranhense.
Da graça ao choro
O estudante de Biologia Willian Lando também focou a atuação nas ações de sustentabilidade ambiental. Ele trabalhou em parceria com Michel durante boa parte do projeto. Durante a estadia, porém, o jovem também demonstrou sua veia artística. Na comunidade, William se transformou em “Dôn”, um palhaço que animava a garotada do município.
A ideia de utilizar o “clown” para encantar as crianças partiu dos estudantes Camila Koike e Luís Eduardo Ormonde, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Estudantes de Medicina, eles integram, no Mato Grosso do Sul, um projeto chamado “Bem-me-Quer”, que realiza atividades de humanização hospitalar. Feito o convite, Willian não pensou duas vezes: colocou a maquiagem na cara, vestiu os suspensórios e as calças coloridas e levou mais ânimo às crianças.
Ao lado dele, Luis incorporava o palhaço Rôn e Camila se tornou Rondônia. O trio estreou durante a visita à reserva quilombola do Jutaí. Aos descendentes de escravos, eles dançaram, cantaram, contaram histórias e garantiram a animação dos pequenos.
A iniciativa deu tão certo que a equipe de palhaços também marcou presença no evento de encerramento do Projeto Rondon em Monção, que ocorreu no sábado, dia 31. Além de divertir, Willian recitou uma poesia que produziu no período em que permaneceu no município. Ao final se emocionou, não conteve as lágrimas. Afinal, até os palhaços podem chorar!
Pela UCS, também participaram da operação os acadêmicos Carolina Soldatelli Zardo (Engenharia Ambiental), Fernanda Cardoso Setti (Engenharia de Controle e Automação), Geise Macedo dos Santos (Engenharia Civil), Geovana Zandoná Sartori (Engenharia Ambiental) e Vagner Adilio Espeiorin (Direito). O grupo foi coordenado pelas professoras Gisele Cemin e Aline Ramos.
Fotos: Vagner Espeiorin
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