Professores e acadêmicos do CARVI estudam a geração de energia "limpa".
Sistema fotovoltaico, principal modelo de energia renovável
pesquisado pelos estudantes da Engenharia Elétrica e
Engenharia Eletrônica,
aproveita a luz do sol e é alternativa
ao uso de combustíveis poluentes e não renováveis.
|
Sistema Seguidor Solar para Módulos Fotovoltaicos desenvolvido no Estágio e TCC do aluno Marcelo Scarssi. |
Repensar a matriz energética nacional e investir em fontes de
geração mais afinadas com o meio ambiente apresentam-se como um
dos grandes desafios para os próximos anos.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), no
Brasil, usinas hidrelétricas e aquelas que funcionam à
base de combustíveis fósseis, como as termelétricas, combinadas,
produzem cerca de 79% da energia consumida. A inserção dos
custos da energia termelétrica nas tarifas de luz, a dependência
majoritária de hidrelétricas – prejudicadas pelas secas em
diversas regiões do país nos últimos dois anos - e a falta de
planejamento governamental na diversificação de fontes de
energia reforçam a necessidade de mudanças. Uma das alternativas
é a chamada energia fotovoltaica,
proveniente do aproveitamento da luz solar para a produção de
eletricidade.
Nos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia Eletrônica, os
acadêmicos são desafiados e incentivados e
desenvolver pesquisas nessa área, procurando
soluções energéticas que tenham base em formas de energia limpa,
que não necessitem de combustíveis fósseis – como a energia
fotovoltaica. Um dos pontos abordados trata da produção e da
utilização da energia fotovoltaica nos chamados países de
primeiro mundo e a viabilidade das instalações de pequeno e
grande porte é parte do conteúdo das disciplinas de Física Moderna,
Medidas Elétricas e Processos de Conversão de Energia.
Os professores
Tiago Cassol Severo, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Microeletrônica pela UFRGS, e
Dario Eberhardt, doutor em Microeletrônica pela UFRGS, com
suas pesquisas na área da energia solar fotovoltaica, têm motivado
novas investigações dos estudantes dos cursos de
Engenharia onde atuam, com reflexo, inclusive, no
desenvolvimento de
Trabalhos de Conclusão de Curso.
Laboratório de Energia Fotovoltaica
Com a aquisição dos primeiros módulos fotovoltaicos e
sensores em energia solar pela UCS, foi possível montar o
Laboratório de Energias Renováveis, localizado no Campus
Universitário da Região dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. A
energia solar fotovoltaica é a principal atuação, mas também
são desenvolvidos estudos sobre energia solar térmica, eólica,
pequenas centrais hidroelétricas e alguns de seus periféricos.
Conforme explica o professor Dario, a ênfase de pesquisas
realizadas pelos acadêmicos em Trabalhos de Conclusão de Curso e
estágios engloba as necessidades para a instalação da energia
fotovoltaica. "No laboratório, é possível aprofundar os projetos
e trabalhos que envolvem nossos alunos, desenvolvendo papel
significativo em esclarecer as vantagens do uso desta
tecnologia, não só no âmbito acadêmico como na sociedade,
permitindo tomadas de decisão pautadas em pesquisas
científicas concretas", reforça.
O professor Tiago explica que o fato de haver pesquisas
sendo realizadas pela Universidade pode estimular o surgimento
de parcerias com outras instituições de pesquisa. "Os meios
convencionais de energia, como o carvão e as hidroelétricas,
estão alcançando seus limites de utilização no Brasil. Assim, a
UCS pode aproveitar essa nova demanda para a formação dos futuros
engenheiros e arquitetos com amplos conhecimentos de instalação e
aplicação da energia solar fotovoltaica e da eficiência
energética", destaca.
|
Sistema híbrido fotovoltaico e térmico para melhoria da eficiência de painéis fotovoltaicos e aquecimento de água para aproveitamento doméstico. |
Potencial para o desenvolvimento
Atualmente, está em andamento uma parceria com a empresa italiana Era
Soluciones, que detém tecnologia de energia fotovoltaica e de
biomassa para a conversão de tecidos florestais em calor.
A intenção é que essa tecnologia ampare pesquisas da
Universidade, que poderia, futuramente, oferecer o serviço de
geração energética a empresas locais. Há, no entanto, a
necessidade de ampliar a quantidade de parcerias. "A existência,
na região, de indústrias que, acima de tudo, necessitam de
profissionais qualificados e com experiência em energia solar
fotovoltaica é um fato que vem ao encontro dos engenheiros e
arquitetos formados pela nossa Universidade que aprofundará
cada vez mais pesquisas sobre as melhores tecnologias
fotovoltaicas da atualidade", conclui o professor Dario.
Fotos: Marcelo Scarssi e Shelon Marini
|