Laboratório de Criação e Aplicação de Software desenvolve jogo digital para a Festa da Uva.
Professores e estudantes
criaram aplicativo que poderá
ser acessado por dispositivos móveis, como celulares e tablets.
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Na foto, a Coordenadora do Laboratório, professora Iraci Cristina da
Silveira de Carli, o aluno de Ciências da Computação, Gustavo Martins Wanser e os alunos de
Tecnologias Digitais, Tatiane Castagna Tomé e Milton Prestes Medeiros. |
No videogame, a perfeição do traço gráfico lembra tanto a
realidade que, em um primeiro momento, o jogo digital
"Metal Gear" parece cena de cinema. A sensação se
completa com o suspense que envolve os personagens da ação.
Não por acaso, o título é o preferido do estudante de
Tecnologias Digitais Milton Prestes Medeiros, de 26 anos.
Nos últimos meses, porém, a rotina de jogos se
transformou para o rapaz. Ao invés das disputas e combates
travados no "Metal Gear", ele passou a lidar com os
cenários do interior caxiense. As armas, essenciais para
avançar de fase, foram substituídas por uvas, o fruto
tradicional da região. Os combatentes que obedeciam aos
comandos do jogador cederam lugar a Radicci, o personagem
em quadrinhos criado pelo cartunista Iotti.
Calma! Essa mudança drástica tem um motivo. Desde agosto,
Milton integra a equipe do Laboratório de Criação e Aplicação
de Software da Universidade. No bloco 71 do campus-sede da UCS,
o grupo da área de Informática trabalhou contra o tempo para
desenvolver um jogo digital especialmente para a Festa da Uva.
Até fevereiro – quando se inicia o evento – a criação deve
estar disponível para baixar em tablets e smartphones que
utilizam as plataformas Android e IOS. Nesta quarta-feira, dia
16, o material foi oficialmente anunciado, durante coletiva de
imprensa.
Coordenadora do Laboratório, a professora Iraci Cristina da
Silveira de Carli explica que a demanda do projeto partiu da
própria Comissão Social da Festa da Uva. Nasceu do
desejo de aproximar a comemoração do público jovem. Com
tempo escasso, quatro estudantes e dois
professores passaram a compreender melhor o evento e a
trabalhar nas possibilidades de aplicação do game. Não demorou
muito para que a equipe pensasse nas próprias Olimpíadas
Coloniais como conteúdo.
Já em agosto, as pesquisas começaram. Para o trabalho de
planejar o processo, Milton ganhou a companhia da colega
Tatiane Castagna Tomé, de 22 anos, também de Tecnologias
Digitais. Na largada, optaram pela simulação da prova de
amassar uvas – aquela mesmo, bastante tradicional e que
atraí a atenção, especialmente de turistas. O desafio de
transferir a sensação de pisar na fruta para uma aplicação
mobile, porém, não foi tão simples. O planejamento contempla
etapas como a viabilidade de programação e dos aspectos
gráficos, o tempo para execução e ainda a coordenação das
atividades entre os membros da equipe.
"Optamos pela prova de amassar a uva, porque ela se encaixou
melhor na proposta. Depois disso, passamos a pensar na
programação. É a parte mais técnica, mas bem
importante para que a interação com o usuário seja eficiente",
destaca Tatiane.
A programação ficou sob a responsabilidade do estudante de
Ciências da Computação Gustavo Martins Wanser, de 23 anos.
Com um jeito calmo, o acadêmico teve que traduzir para a
linguagem de dados o passo a passo pensado pelos estudantes
de Tecnologias Digitais. Essa parte é crucial, porque nessa
etapa podem surgir possíveis falhas no andamento do jogo.
Só depois da programação definida é que o jogo ganha –
literalmente – uma cara.
Radicci entra na disputa
Planejamento e programação são partes indispensáveis para
que um jogo digital ganhe vida. Mas, ainda que essas etapas
sejam estruturantes, o game precisa de uma interface gráfica.
Cores, traços e movimento acabam sendo decisivos para que o
jogador fique imerso no ambiente da disputa.
Estudante de Design, Luan Carlos Zanatta Zuchi, de 20 anos,
é o responsável por fazer com que o jogo tenha uma plataforma
interessante e que atraia a atenção do público. Para a tarefa,
ele ganhou um personagem de peso: Radicci. Luan trabalhou
graficamente com o personagem criado pelo cartunista caxiense
Iotti.
Durante o cronograma de atividades, o personagem, conhecido
pelo tipo rústico do colono italiano, vai ter que amassar
muita uva para atingir pontuações, além de ter que melhorar
o próprio desempenho entre uma etapa e outra da disputa. O
internauta vai poder conhecer detalhes sobre os vários distritos
de Caxias do Sul, além da própria cultura. Durante a
imersão eletrônica, o personagem se movimenta e a sua fala
está impregnada de
termos do Talian, variante linguística dos dialetos
trazidos pelos imigrantes italianos. "Acho que o grande desafio do trabalho é pensar em cada detalhe,
como a atenção aos elementos audiovisuais”, pontua Milton.
A professora Iraci explica que, inicialmente, o trabalho vai
se deter sobre a atividade de amassar uvas, mas a ideia, a
longo prazo, é criar uma espécie de Olimpíada Digital, em que
o usuário poderá competir em diversas modalidades. Por
enquanto, os internautas vão poder baixar o aplicativo e
ainda disputar com outros usuários quem faz mais pontos.
O ranking será integrado por meio de uma aplicação no Facebook.
Fotos: Claudia Velho
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