Última alteração: 2023-09-29
Resumo
Sabe-se que o isolamento social imposto pela pandemia do COVID-19 gerou significativos impactos na saúde física e mental dos idosos. Porém, o processo de envelhecimento populacional está configurando novas formas de tratamento para com a população velha, que por vezes tem sua autonomia e demais direitos negados. O objetivo do estudo é discutir as reverberações de um duplo isolamento – um decorrente da pandemia e o outro que vem sendo imposto pelas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) – e suas consequências no âmbito das violências contra essa população. O método utilizado foi uma pesquisa qualitativa exploratória, baseada em revisão da literatura. Foram selecionados nove artigos em língua portuguesa, disponíveis no Portal de Periódicos da Capes, com os descritores relacionados ao tema. Os resultados e discussões apontam que o isolamento social imposto durante a pandemia levou a consequências significativas para a saúde mental dos idosos, abrindo espaço para discursos violentos e negligência nos cuidados. A violência contra os idosos, já presente antes da pandemia, intensificou-se durante o período de isolamento. A suspensão de visitas e o afastamento da equipe de cuidadores nas ILPIs aumentaram o risco de abuso e negligência, bem como geraram sentimentos de solidão e abandono entre os idosos. A discriminação etária (etarismo) também foi exacerbada, revelando preconceitos e estigmas enraizados na sociedade em relação aos idosos. É destacada a necessidade de um olhar inclusivo para essa população, garantindo dignidade, respeito e amor, além de promover a criação de redes de apoio e a inclusão dos idosos na sociedade.