O envelhecimento populacional é uma conquista da sociedade, que alcançou significativo aumento na expectativa de vida, consequência de melhores condições sanitárias, de políticas de bem-estar social, além de ampliação e qualificação de diagnósticos, assistência e ações preventivas na área da saúde. Contudo, importa refletir sobre os impactos das desigualdades sociais no processo de envelhecer. Desse modo, o estudo em tela buscou identificar de que maneira as condições de vida influenciam no processo de envelhecer com dignidade e qualidade de vida. Para tanto, realizou-se revisão de literatura e pesquisa documental por meio de busca eletrônica nos principais repositórios de saúde, incluindo o Ministério da Saúde, a Biblioteca Virtual de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Os resultados apontam que as condições em que as pessoas nascem e vivem influenciam o processo de envelhecimento, pois ter ou não acesso a bens e serviços impacta na qualidade de vida, no processo saúde-doença e na habilidade funcional. Enquanto alguns fatores podem aumentar o risco de doenças, como pobreza, falta de acesso a serviços de saúde e precariedade laboral, outros podem exercer uma influência protetora, como acesso à educação de qualidade, moradia digna e exercícios físicos (OPAS). Conclui-se que envelhecer com saúde não é uma questão de escolha, ao menos não para todos. Além disso, há uma urgência de ações governamentais que visem superar as desigualdades sociais e as iniquidades em saúde, ao longo do curso de vida, possibilitando uma velhice digna, com qualidade de vida.