Conferências UCS - Universidade de Caxias do Sul, III Mostra de Trabalhos Acadêmicos sobre Envelhecimento Humano da Universidade de Caxias do Sul

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Desastres, Fatores Psicossociais e Envelhecimento
Alexandra Carol Cioato, Silvana Regina Ampessan Marcon, João Ignacio Pires Lucas

Última alteração: 2024-09-11

Resumo


Desastre é considerado uma séria interrupção no funcionamento de uma comunidade ou sociedade causando uma grande quantidade de mortes, bem como perdas e impactos materiais, econômicos e ambientais que excedem a capacidade da comunidade ou sociedade afetada de fazer frente à situação mediante o uso de seus próprios recursos. Para que ocorra uma situação de desastre é necessário que populações estejam expostas em condições de vulnerabilidade, que compreendem tanto as capacidades de prevenção e respostas, como as relacionadas às condições de vida da população. Conforme ocorre a combinação dos aspectos envolvidos nas condições de vulnerabilidade resultará nos desastres e seus efeitos. Os profissionais e voluntários exercem um papel relevante lidando com os fatores psicossociais presentes neste contexto. Com o objetivo de identificar as percepções dos voluntários e trabalhadores envolvidos no contexto de desastre sobre os fatores psicossociais, foi realizada uma coleta de dados utilizando o formulário Google com trabalhadores e voluntários que atuaram nas atividades relacionadas à enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul. A análise dos resultados foi realizada com os softwares Jamovi, Jasp, Lavaan, SPSS e Mplus. Os fatores psicossociais foram medidos pelas categorias "demandas", "relações" e "significado". Foi identificado que entre os participantes, 67 (36,2%) tinham 50 anos ou mais. Os resultados mostraram que o grupo de pessoas com 50 anos ou mais, percebem os fatores psicossociais com mais naturalidade do que o grupo de 30 a 49 anos.  O grupo de pessoas entre 30/49 anos perceberam a situação de desastre com mais demandas exigentes do que as pessoas com 50 anos ou mais. A “demanda exigente” (as tarefas precisam ser realizadas rapidamente e sem muita organização) modera a relação entre o estresse e as boas relações de trabalho. Como considerações é possível afirmar que quando há boas relações de trabalho, mesmo que aumentem as demandas exigentes, não há um aumento do estresse, principalmente para as pessoas que têm mais de 50 anos.